sexta-feira, 9 de março de 2012

Ricardo Costa

               Acusado de molestar sexualmente seus próprios filhos, o brasileiro esteve preso nos Estados Unidos por 27 meses, aguardando julgamento. Ricardo Costa, ex-marido de uma americana com quem teve três filhos, estava detido desde dezembro de 2008 em Sedona, no estado do Arizona. Na última audiência, a fiança foi estipulada em US$ 75 milhões, segundo seu advogado americano, Bruce Griffen.
   
               A acusação de abuso sexual foi feita durante o processo de divórcio entre Ricardo e Ângela Denise Martin. Ele foi preso durante uma das audiências para a definição da custódia das crianças, acusado de "vários" crimes inafiançáveis, explicou Griffen. No final do ano de 2010, entretanto, a maioria das acusações foi retirada e hoje ele responde por uma: abuso contínuo infantil, crime passível de fiança, segundo a tese da defesa.

               Angela, ex mulher de Ricardo, fez a acusação juntamente com outras três mulheres, que também acusaram seus ex-maridos de abusarem sexualmente dos filhos menores. Demonstrando toda a maldade que envolve este tipo de denúncia, as quatro mulheres procuraram o mesmo advogado e a mesma psicóloga, Linda Bernard, para formalizar e embasar a acusação. As outras três acusações foram naturalmente rechaçadas com o tramitar normal do processo, as guardas das crianças foram revertidas e a psicóloga desonesta perdeu a licença para exercer a profissão.
                
                 Para o advogado americano de Ricardo, a ex-mulher de Ricardo está muito convicta da culpa do ex-marido e tem pressionado as crianças para relatar os supostos abusos. "Depois de meses de investigação, uma das crianças disse que teve algo. Um ano depois desse depoimento, outra das crianças disse algo, e seis meses depois disso, uma das crianças disse ter testemunhado algo. Foi um lento e evolutivo processo que acreditamos ter sido produto de coerção e pressão", disse. Segundo ele, até o divórcio, não foi feita qualquer denúncia de abuso.
                 Para o advogado, o motivo para a determinação de um valor tão alto de fiança tem o objetivo de manter o brasileiro preso. "Ninguém poderia pagar", afirma. Ele diz que, em 30 anos de exercício do direito, nunca viu um caso como esse.
                 A família do brasileiro diz que a justiça americana demora para analisar o caso porque não existem provas contra ele, além dos diversos erros cometidos no decorrer do processo. "Todos que pegam o caso percebem que estão com um 'pepino' nas mãos", disse Cristina Costa, mãe de Ricardo, em entrevista concedida ao Terra por e-mail.
                  




 

Escola McMartin - EUA

No filme “The Indictment – The McMartin Trial” a mãe de Malcolm, de dois anos de idade, vai à polícia dar queixa contra a escola em que o menino estuda, dizendo que seu filho foi abusado sexualmente na escola McMartin na Califórnia. A partir daí vários pais de crianças desta escola fazem o mesmo, apoiados por laudos da terapeuta infantil Kee McFarlane que entrevistou as crianças. As queixas de abuso chegam a centenas e a partir daí sete pessoas da família McMartin são acusadas. As maiores queixas recaem sobre Ray, acusado de induzir as crianças a serem filmadas para filmes pornográficos e de fazer sacrifícios de animais com participação das crianças. O advogado Danny Davis oferece-se para defendê-los. Já no início do processo, a promotoria descobre que quem abusou sexualmente de Malcolm foi o próprio pai, mas omite este fato da defesa. O advogado Danny consegue as fitas gravadas com as revelações das crianças à terapeuta e descobre que estas foram claramente induzidas a dizerem o que a terapeuta queria que dissessem.
No primeiro julgamento, os depoimentos começam a ficar inconsistentes e até os promotores duvidam do processo, pois não examinaram as provas no início do processo por terem acreditado na terapeuta. Cinco acusações são retiradas, mas Ray e sua mãe continuam acusados. No seu julgamento, a terapeuta é entrevistada e o advogado Danny mostra ao júri que a técnica usada por ela induziu as crianças. Após sete anos de processo, o júri absolveu Ray e sua mãe. A promotoria apelou e eles foram absolvidos novamente, mas ficaram com o estigma de molestadores indefinidamente, além de terem perdido seus bens e suas licenças para trabalharem.
É interessante acompanhar os relatos das crianças à terapeuta e os mesmos relatos feitos depois aos promotores. A forma como é mostrada a “técnica” usada pela terapeuta é a parte mais notável, pois mostra claramente como é possível fazer com que a criança diga aquilo que se quer ouvir, punindo respostas não desejadas e reforçando as desejadas, ao mesmo tempo que força-se a criança a duvidar da própria memória.
Este, foi um dos casos mais famosos do tipo nos EUA, e o processo criminal mais caro da história dos EUA até então, as gravações das entrevistas dos psicólogos com as crianças deixou nítida a maneira em que as crianças foram manipuladas para dar as respostas desejadas pelos profissionais. “Profissionais" são pessoas que ganham dinheiro fazendo algo. No caso McMartin, boa parte dos $15 milhões gastos no caso, foram para o "Instituto" que primeiro diagnosticou o abuso, e depois o tratou. Não foi o caso que "...seu único interesse é apontar os verdadeiros negócios..." foi um bom negócio, mesmo!

O Caso Escola Base

Em março de 1994, no bairro da Aclimação, em São Paulo, proprietários e funcionários da escola infantil Escola Base foram acusados de abusar sexualmente de crianças com idades entre quatro e cindo anos que lá estudavam. Duas mães fizeram as denúncias na delegacia do bairro. Nos depoimentos dessas senhoras, as crianças teriam vivenciado situações abusivas aterrorizantes na escola e num motel, onde teriam sido filmadas e fotografadas pelos abusadores, sendo levadas pela van da própria escola.
Nenhuma dessas informações foi averiguada nos seus detalhes, muito menos as crianças ouvidas e periciadas de forma técnica convincente e imparcial.
 A imprensa nacional, de forma sensacionalista, deu destaque ao caso como se os abusos já fossem fatos comprovados; muito ajudada neste aspecto pela atuação do delegado de polícia local, que atraído pelos holofotes hipnotizadores da mídia, posava como competente defensor dos fracos e oprimidos, num teatro de absurdos e vaidades que fazia-nos acreditar que realmente os pedófilos pervertidos donos da Escola Base finalmente haviam encontrado quem desse fim às suas monstruosidades.
Anos depois, foi declarada a inocência dos sete acusados, sendo ainda constatado que uma das mães acusadoras sofria de problemas mentais.